Notícias
E agora, dá para confiar no que estamos comendo?
7 abril 2017
Os consumidores brasileiros estão cada vez mais exigentes para saber da procedência daquilo que está sendo adquirido. Além de como isso pode afetar diretamente à saúde de quem consome. Depois do escândalo que vem sendo investigado pela Polícia Federal envolvendo profissionais do Ministro da Agricultura, batizado como “Operação Carne Fraca”, a população fica desnorteada agora na hora de ir ao supermercado, ainda mais por causas de marcas conhecidas estarem envolvidas. “Jamais poderia imaginar algo como isso, não sei mais no que posso confiar agora para trazer para dentro de casa” disse a dona de casa Estela Soares.
De acordo com a PF, os frigoríficos utilizavam de carne estragada em salsichas e linguiças, e colocavam substâncias químicas como o ácido ascórbico e o ácido sórbico para que os alimentos parecessem saudáveis. O esquema só funcionava, porque, as empresas realizavam pagamento de propinas a fiscais para fábricas contaminadas continuarem funcionando, entre diversas outras irregularidades nas fiscalizações. O ministro da Agricultura Blairro Maggi, ele pede calma e defende as carnes brasileiras.
“São 33 funcionários que estão sendo acusados, estão sendo apontados como responsáveis por essas fraudes, num total de 11 mil funcionários que nós temos no Ministério na Agricultura. É um número muito pequeno, mas que causa um estrago bastante grande à imagem da agricultura, da pecuária brasileira no exterior e traz intranquilidade aos consumidores brasileiros também”, disse.
Nas redes sociais, o assunto é o mais comentado no momento. Sendo que muitos até relatam que vão se adequar a uma alimentação vegetariana. Porém, o que leva outro debate, será que é só a carne ou outros produtos, como os hortifrútis que estão isentos de uma boa fiscalização?
No setor dos alimentos de frutas, legumes e verduras o que vem sendo discutido é o consumo de produtos orgânicos, sem a utilização de defensivos agrícolas, ou seja, de agrotóxicos. Para serem comercializados, os produtos orgânicos deverão ser certificados por organismos credenciados no Ministério da Agricultura, sendo dispensados da certificação somente aqueles produzidos por agricultores familiares que fazem parte de organizações de controle social cadastradas no MAPA, que comercializam exclusivamente em venda direta aos consumidores. Segundo o MAPA, 22,5% dos municípios brasileiros têm produção orgânica. Mas como fiscalizar de perto para que o consumidor saiba de fato que aquilo que ela está adquirindo de fato é um produto orgânico? Ou até mesmo, a fiscalização da quantidade de defensivos agrícolas que estão aplicando na lavoura?