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Pesquisa fomenta fruticultura na região serrana (RJ)
22 junho 2016
O cultivo da terra, um conhecimento dominado pelo homem há milênios, vem se beneficiando muito com o desenvolvimento da ciência no campo. O resultado é a melhoria da produtividade agrícola e da qualidade dos alimentos. Na Região Serrana do Rio de Janeiro, por exemplo, os agricultores estão experimentando bons resultados na produção de frutas, graças a uma pesquisa que alia a fruticultura à preservação ambiental.
Financiada pela FAPERJ (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), a iniciativa é desenvolvida em parceria entre a Pesagro-Rio e a Emater-Rio, com o apoio da Defesa Agropecuária e dos programas Frutificar e Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura. Segundo os coordenadores da pesquisa, Alcílio Vieira e Maria Fernanda Fonseca, pesquisadores da Pesagro-Rio, a ação é um desdobramento de projeto semelhante executado entre 2009 e 2011 quando cinco experimentos com espécies frutíferas foram integrados ao Núcleo de Pesquisa Participativa do Programa Rio Rural.
Podemos enumerar diversos fatores favoráveis ao cultivo de frutas na Região Serrana fluminense. A atividade permite maior conservação do solo em relação à exploração agropecuária e à olericultura; e com a utilização de poucos agrotóxicos, diminuem os riscos de intoxicação entre agricultores e há menor contaminação do meio ambiente. Além disso, sabemos que a atividade frutícola propicia bons preços na comercialização e é geradora de empregos no campo – explica Alcílio Vieira.
Numa primeira fase, foram introduzidas diferentes espécies de frutas em propriedades rurais, por meio de Unidades de Pesquisa Participativa. Os produtores que integram a pesquisa foram selecionados pelos extensionistas, que também acompanham todas as fases do processo produtivo das variedades testadas. Na unidade de pesquisa, os agricultores são os responsáveis pelo cultivo de diversas espécies de frutíferas, observando as mais adaptadas às condições locais.
Os resultados preliminares indicam que as variedades de laranja Lima Verde, Valência e Valência Late mostraram-se muito produtivas e com frutos de bom padrão comercial. As tangerinas Fremont, Tardia da Sicília, além do Tangor (espécie híbrida de citrus) da variedade Ortanique podem ser excelentes opções. Também estão se mostrando produtivas e com frutos de boa qualidade as plantas do pessegueiro Aurora 1 – informa o pesquisador.
A segunda parte do projeto, denominada “A fruticultura como fator de preservação do meio ambiente e geração de renda para a Região Serrana fluminense” já está em fase final de implantação, com a introdução de novas mudas de frutíferas. Segundo Alcílio Vieira, esta etapa dá sequência ao teste com novas variedades de frutas nos municípios. Em Petrópolis, por exemplo, o plantio de espécies como abacate, banana, castanha portuguesa, goiaba, graviola e citros começou em maio e prossegue por todo o mês de junho. Além da diversificação da produção e, consequentemente, do aumento da renda dos agricultores, um dos efeitos da pesquisa é a diminuição da dependência de importação de frutas de fora do Rio de Janeiro. Isso pode, inclusive, estimular o consumo ao ampliar o abastecimento no estado.
Excursão técnica para o XI Seminário de Fruticultura
Entre os dias 14 e 18 de junho, 13 produtores de frutas da Região Serrana e três técnicos da Emater-Rio participaram de uma excursão técnica a São Bento do Sapucaí (SP), onde acontece o XI Seminário de Fruticultura Temperada. Eles também foram aos municípios de Caldas (MG) e Cambuí (MG) para visitar pomares de uva e morango. As atividades fazem parte da agenda de capacitação do Rio Rural para este ano. O transporte dos participantes é de responsabilidade da FAPERJ.